Feminismo classista / marxista: um novo golpe ideológico do oportunismo de sempre
Apenas dê uma olhada nas redes sociais e veja quantas mulheres jovens são feministas e perceba que décadas de feminismo, mesmo o feminismo institucional não contribuiu em nada para a causa da libertação das mulheres. As mulheres continuam a desenvolver o mesmo papel de objeto sexual — em um grau muito maior — do que antes do “boom” do feminismo entre as massas trabalhadoras, algo que não está conseguindo reverter o chamado feminismo classista / marxista, mas sim o contrário.
O feminismo classista, ou feminismo marxista / socialista, é um movimento oportunista que, como todo oportunismo, procura manipular o descontentamento de uma parte significativa da população com o sistema de exploração capitalista para ocupar, graças ao apoio popular, posições de poder desse sistema, nunca para transformá-lo. Seu interesse é nulo em buscar a superação do capitalismo, colocando apenas remendos e soluções reformistas que não enfrentam a causa do problema das mulheres de forma radical (não enfrentam a raiz real: a mercantilização e a reificação que o capitalismo faz da vida humana) não é apenas pelo fato de que sua própria natureza segregacionista e corporativista a impede, mas também de que, para pôr fim a esse sistema, as feministas ficariam sem sua razão de ser e, portanto, com a barganha atual. O feminismo classista / marxista é, como todo oportunismo, uma fraude ideológica para os explorados, que só perpetua o problema que alega combater.
Essa nova decepção oportunista, como as anteriores, está servindo para desmoralizar e confundir a classe trabalhadora, que, diante da monumental traição e engano de um movimento que se autodenomina socialista por oportunistas inescrupulosos, leva o primeiro a renegar o socialismo e a aceitar o capitalismo como inevitável, se não apoiá-lo ardentemente como reação e vingança pela decepção sofrida.
Desta forma, o chamado feminismo classista / marxista torna-se, como todo movimento oportunista e inescrupuloso, um aliado do capitalismo de duas maneiras: por um lado serve para redirecionar o descontentamento popular para um beco sem saída, muito útil para assegurar a sobrevivência do capitalismo; e, por outro lado, dá ao capitalismo a oportunidade de reafirmar seu domínio ideológico, destacando a incoerência e a hipocrisia de um falso socialismo.
O movimento anti-feminista ultraliberal e cada vez mais midiático, representado pela direita conservadora é prova de como o oportunismo do feminismo classista / marxista dá ao capitalismo a oportunidade de revolucionar-se, isto é, aumentar o grau de agressividade contra os trabalhadores, reafirmando-se como a única possibilidade graças ao desmascaramento da postura ideológica que supõe o feminismo em geral e do feminismo que afirma ser socialista ou classista em particular.
O socialismo oportunista (do qual o feminismo classista/marxista faz parte) e o capitalismo não são opostos, mas complementares; um se alimenta do outro, embora sempre muito mais o segundo do primeiro do que o contrário. Esta é a razão pela qual, para os meios de comunicação capitalistas, o único representante válido do socialismo é o oportunismo para silenciar e tornar invisível a verdadeira oposição ao capitalismo: o socialismo revolucionário e transformador teorizado por Marx e Engels.
Portanto, a melhor maneira de combater o capitalismo hoje é desmascarar o oportunismo sem misericórdia de posições verdadeiramente socialistas, isto é, revolucionárias, e assim devolver a esperança às massas trabalhadoras escravizadas.
Traduzido e adaptado daqui.
